terça-feira, 4 de outubro de 2011

Mentira, só você

Queria poder nunca mais ter que escutar nada seu, ou qualquer coisa que fosse tipo você.. Nunca mais escutar seu nome, suas asneiras, suas piadas ou seus casos… E finalmente poder seguir feliz sem você! Não seria tão bom? Só que…
Mentira, não queria nada disso… Só queria você mesmo, hahaha.

terça-feira, 12 de julho de 2011

É difícil

É tão fácil, não pensar em você.
É tão fácil?
Mas estranho.

Vou te contar meus planos,
Vou te encontrar.

Todo dia de manhã,
Quando acordo, tomo o meu café amargo
É!
Ainda pode dar certo
Um dia te esperar do meu lado?

Na verdade, o que posso fazer?
Não é fácil
É estranho!

Não poder pensar em você
Ou cogitar não conviver

Não é fácil
É fácil?

terça-feira, 28 de junho de 2011

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Você lá no fundo

Acorda! Deixe-me entrar mais uma vez
Eu sei, não deveria estar aqui
Mas é que 
Preciso olhar mais uma vez nos seus olhos,
Sentir de novo 
Aquela caricia de quando éramos só nós
Só um….
Lembra-te?

Então acorde, só mais uma vez….
Ou posso não voltar mais, 
Se você disser que meu rosto não é mais bem vindo aqui
E se for verdade,
Que seja libertado de dentro da sua mente, já.

Porque dentro de qualquer sentimento que 
Possa ser sentido,
Penso em você, primeiro
Sinto em você....
Mas acho que isso já não é mais útil 

Sinto isso dentro de mim… 
Posso sentir nossa relação se degradando,
Mesmo ainda te sentindo dentro de mim... 

Palavras ditas de quando você foi acordado
Fazem nossas mentes serem abertas
Abertas para outras situações...

Queria que nossa relação não estivesse tão degradada
Ah, mas eu posso sentir isso dentro de mim!
Tudo esta mesmo acabado
Começo a não te sentir tanto quanto antes
E você já não sente mais nada,
Posso sentir isso me queimando….

Momentos que nunca voltarão
Começam a me afetar
Com momentos que ainda virão...

Outras pessoas
E mais lugares…. 
Eram nossos?

E eu tentei 
Fazer com que a degradação não ocorresse, 
E eu tentei….
Fazer com que não houvesse nada!

Acho que nada vai fazer mudar
Porque eu posso sentir esse fim
Dentro de mim, junto com você 
Lá no fundo… 

Acabando com tudo isso, 
Fazendo parte desse fim…

É, acho que nada vai fazer mudar!
Porque acabou, 
Não houve nada que fizesse mudar

Pude sentir dentro de mim, lá no fundo

É….

domingo, 19 de junho de 2011

Acrescentável, entendível... a nós, a vida...

E a gente vai percebendo
Nem tudo que um dia nos fez muito feliz, fará outra vez 
Ah, mas eu não me importo

Essas tentativas vagas de tentar ser melhor
Só faz o próximo ir
Só se afastar mais e mais
Ah, mas eu não me importo

E se um dia eu tiver sorte como tive,
E ver por ai de novo, algum dia,
A legítima sorte que deveríamos ter tido naquela época
Talvez…. 

Ah, mas tudo continua sempre difícil
Bem profundo
Como sempre foi

Mas mesmo assim, é melhor do que você pensa
Sofrimento é bom 
Em uma certa forma de pensar

Alguém se apaixona; chora e chora de novo…. 
Ah, mas ele não se importa,
Depois irá se recuperar

E se um dia tiver sorte de novo
E ver por ai novamente, alguma vez
A legítima sorte que eu deveria ter tido…. 
Ah, mas não me importo

É certo que deveria ter dado mais de mim
Como você havia pensado e demonstrado
Mas nada é perfeito….

E vamos se adequando!
Porque é melhor do que você pensa
Mesmo sendo muito difícil

Ah, a gente não se importa
Tudo se acrescenta, jamais se inutiliza

Mas continue olhando nos meus olhos
Como se isso nunca fosse mudar
E talvez um dia… ah, talvez….

Tudo seja profundo de novo
E sua alma sentirá que 
A minha é essencial 

Talvez você estenda
Que é melhor do que você pensa

Pois isso te toma
Captura sua alma
Como voce nunca viu
Mas verá…. 

É bem melhor do que você pensa
Apesar de ser difícil

É acrescentável à vida….

terça-feira, 7 de junho de 2011

Forma de apego momentânea

E não me venha dizer agora como devo agir...
Lembre-se de como costumava-mos agir

Eu apenas quero
Que tudo volte ao normal..
Por que tudo não pode voltar ao normal,
Apenas essa noite?

E talvez andemos a noite
Ou mesmo a tarde, pelas ruas

Acharemos momentos 
Lugares, nomes, comidas
Qualquer forma de apego 

E então tudo bem

É o meu último pedido
Para que vc não fuja
E que conversemos
Resolveremos tudo!!

Posso aceitar o fato de que
Não teremos nenhum tipo de futuro
Igual a ti, não quero esse tempo futuro

Apenas quero que exista "nós"

Não irei lutar com o que já aconteceu
Ou com o que acontecerá em frente
Até porque não quero um "acontecerá" na nossa história
Só quero esse momento

Isso e errado?
Por que não podemos viver 
E apenas esquecer
O ontem ou o amanha?
Apenas essa noite!

Não se vá 
Não fuja

Eu posso aceitar o fato de que
Não iremos a lugar nenhum
Estou bem parada!!!

Apenas quero o lugar de agora, de hoje
O momento presente,
O tempo presente!

Não fuja
Vamos conversar
Vamos rir, brincar, chorar, namorar
Viver
Vamos a qualquer lugar mesmo que não seja 
Lugar nenhum
Vamos, vamos!

Sem pressão, energia ruim ou
Qualquer forma de apego

Apenas hoje
Apenas essa noite.

domingo, 1 de maio de 2011

Grande Edgar

Já deve ter acontecido com você.

- Não está se lembrando de mim?

Você não está se lembrando dele. Procura, freneticamente, em todas as fichas armazenadas na memória o rosto dele e o nome correspondente, e não encontra. E não há tempo para procurar no arquivo desativado. Ele está ali, na sua frente, sorrindo, os olhos iluminados, antecipando a sua resposta. Lembra ou não lembra?

Neste ponto, você tem uma escolha. Há três caminhos a seguir.

Um, o curto, grosso e sincero.

- Não.

Você não está se lembrando dele e não tem por que esconder isso. O “Não” seco pode até insinuar uma reprimenda à pergunta. Não se faz uma pergunta assim, potencialmente embaraçosa, a ninguém, meu caro. Pelo menos não entre pessoas educadas. Você devia ter vergonha. Não me lembro de você e mesmo que lembrasse não diria. Passe bem.

Outro caminho, menos honesto mas igualmente razoável, é o da dissimulação.

- Não me diga. Você é o... o...

“Não me diga”, no caso, quer dizer “Me diga, me diga”. Você conta com a piedade dele e sabe que cedo ou tarde ele se identificará, para acabar com a sua agonia. Ou você pode dizer algo como:

- Desculpe deve ser a velhice, mas...

Este também é um apelo à piedade. Significa “Não torture um pobre desmemoriado, diga logo quem você é!” É uma maneira simpática de dizer que você não tem a menor idéia de quem ele é, mas que isso não se deve à insignificância dele e sim a uma deficiência de neurônios sua.

E há o terceiro caminho. O menos racional e recomendável. O que leva à tragédia e à ruína. E o que, naturalmente, você escolhe.

- Claro que estou me lembrando de você!

Você não quer magoá-lo, é isso. Há provas estatísticas que o desejo de não magoar os outros está na origem da maioria dos desastres sociais, mas você não quer que ele pense que passou pela sua vida sem deixar um vestígio sequer. E, mesmo, depois de dizer a frase não há como recuar. Você pulou no abismo. Seja o que Deus quiser. Você ainda arremata:

- Há quanto tempo!

Agora tudo dependerá da reação dele. Se for um calhorda, ele o desafiará.

- Então me diga quem eu sou.

Neste caso você não tem outra saída senão simular um ataque cardíaco e esperar, falsamente desacordado, que a ambulância venha salvá-lo. Mas ele pode ser misericordioso e dizer apenas:

- Pois é.

Ou:

- Bota tempo nisso.

Você ganhou tempo para pesquisar melhor a memória. Quem é esse cara, meu Deus? Enquanto resgata caixotes com fichas antigas do meio da poeira e das teias de aranha do fundo do cérebro, o mantém à distância com frases neutras como “jabs” verbais.

- Como cê tem passado?
- Bem, bem.
- Parece mentira.
- Puxa.

(Um colega da escola. Do serviço militar. Será um parente? Quem é esse cara, meu Deus?)

Ele está falando:

- Pensei que você não fosse me reconhecer...
- O que é isso?!
- Não, porque a gente às vezes se decepciona com as pessoas.
- E eu ia esquecer você? Logo você?
- As pessoas mudam. Sei lá.
- Que idéia!

(É o Ademar! Não, o Ademar já morreu. Você foi ao enterro dele. O... o... como era o nome dele? Tinha uma perna mecânica. Rezende! Mas como saber se ele tem uma perna mecânica? Você pode chutá-lo, amigavelmente. E se chutar a perna boa? Chuta as duas. “Que bom encontrar você!” e paf, chuta uma perna. “Que saudade!” e paf, chuta a outra. Quem é esse cara?)

- É incrível como a gente perde contato.
- É mesmo.

Uma tentativa. É um lance arriscado, mas nesses momentos deve-se ser audacioso.

- Cê tem visto alguém da velha turma?
- Só o Pontes.
- Velho Pontes!
(Pontes. Você conhece algum Pontes? Pelo menos agora tem um nome com o qual trabalhar. Uma segunda ficha para localizar no sótão. Pontes, Pontes...)

- Lembra do Croarê?
- Claro!
- Esse eu também encontro, às vezes, no tiro ao alvo.
- Velho Croarê!

(Croarê. Tiro ao alvo. Você não conhece nenhum Croarê e nunca fez tiro ao alvo. É inútil. As pistas não estão ajudando. Você decide esquecer toda a cautela e partir para um lance decisivo. Um lance de desespero. O último, antes de apelar para o enfarte.)

- Rezende...
- Quem?

Não é ele. Pelo menos isso está esclarecido.

- Não tinha um Rezende na turma?
- Não me lembro.
- Devo estar confundindo.
Silêncio. Você sente que está prestes a ser desmascarado.

- Sabe que a Ritinha casou?
- Não!
- Casou.
- Com quem?
- Acho que você não conheceu. O Bituca.

Você abandonou todos os escrúpulos. Ao diabo com a cautela. Já que o vexame é inevitável, que ele seja total, arrasador. Você está tomado por uma espécie de euforia terminal. De delírio do abismo. Como que não conhece o Bituca?

- Claro que conheci! Velho Bituca...
- Pois casaram...
É a sua chance. É a saída. Você passa ao ataque.

- E não me avisaram nada?!
- Bem...
- Não. Espera um pouquinho. Todas essas coisas acontecendo, a Ritinha casando com o Bituca, o Croarê dando tiro, e ninguém me avisa nada?!
- É que a gente perdeu contato e...
- Mas o meu nome está na lista, meu querido. Era só dar um telefonema. Mandar um convite.
- É...
- E você ainda achava que eu não ia reconhecer você. Vocês é que esqueceram de mim!
- Desculpe, Edgar. É que...
- Não desculpo não. Você tem razão. As pessoas mudam...

(Edgar. Ele chamou você de Edgar. Você não se chama Edgar. Ele confundiu você com outro. Ele também não tem a mínima idéia de quem você é. O melhor é acabar logo com isso. Aproveitar que ele está na defensiva. Olhar o relógio e fazer cara de “Já?!”)

- Tenho que ir. Olha, foi bom ver você, viu?
- Certo, Edgar. E desculpe, hein?
- O que é isso? Precisamos nos ver mais seguido.
- Isso.
- Reunir a velha turma.
- Certo.
- E olha, quando falar com a Ritinha e o Mutuca...
- Bituca.
- E o Bituca, diz que eu mandei um beijo. Tchau, hein?
- Tchau, Edgar!
Ao se afastar, você ainda ouve, satisfeito, ele dizer “Grande Edgar”. Mas jura que é a última vez que fará isso. Na próxima vez que alguém lhe perguntar “Você está me reconhecendo?” não dirá nem não. Sairá correndo.


Este texto está nos livros As mentiras que os homens contam, Comédias da vida privada e O suicida e O computador.

Luis Fernando Veríssimo

quarta-feira, 30 de março de 2011

Artigo de Luiz Fernando Veríssimo sobre o Big Brother Brasil

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A décima (está indo longe) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema banalização do sexo.
Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a realidade em busca do IBOPE.
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do “zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta
de apanhar (essa é para acabar!!!).
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de
perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).
Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?
(Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores )
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.
Luis Fernando Veríssimo